domingo, 14 de novembro de 2010

Ele é viado. E daí???

Outro dia reparei em um cruzeirense zuando um atleticano: "Olha essa foto aqui!! Dois atleticanos se beijando!! Atleticano é tudo viado!"  Aí parei pra pensar.
Pô, a intenção do cruzeirense é zuar, é diminuir o atleticano, aí ele vai e lhe chama de viado? Desde quando ser viado é motivo pra zuação?
Aliás, pelo menos não deveria ser.
É triste ver uma sociedade em que ser chamado de viado é um chingamento.
O gay, homossexual, viado, bichinha ou como quiser chamar, é um ser humano como qualquer outro que simplesmente gosta, sexualmente falando, de outro ser humano do mesmo sexo. E que mal tem nisso??
Ele não prejudica ninguém. Ele não ta matando, ele não tá roubando. Ele tá simplesmente amando. E vai ser condenado por isso? É muito medíocre da nossa parte, desprezar alguém que seja diferente.
Há quem diga que é contra a natureza. Que não existe nenhum animal (não que eu saiba pelo menos) que realize homossexualismo.
Mas esquecem de lembrar que nós somos serer humanos. Nós somos racionais (não que isso tenha sido bem usado utimamente).
Nós somos capazes de dividir nossa comida, mesmo que ela seja escassa, com outro ser que esteja passando por necessidades piores que a nossa. E isso também foge à natureza animal. Os animais defendem a sua cria, o seu eu, e nada mais.
Do mesmo modo, nós somos potencialmente capazes de respeitar alguém que goste de outro alguém do mesmo sexo.
É vergonhoso ter o adjetivo "viado" como crítico. É triste ouvir versos como "Não sou como você filho da pulta VIADINHO então, já era" em que "viado" é um termo menosprezador.
Admito que tenho meus preconceitos em relação a isso também. Mas fico puto de ter esses preconceitos. Eu não deveria ter que perder preconceitos ao longo da vida.
Eu tinha que nascer sem eles.

2 comentários:

  1. Cê nasceu sem eles. Eles foram incutidos. Em você e na sociedade. É preciso desenvolver a sensibilidade para extingüir os preconceitos.

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  2. É verdade. Porém eu quis dizer é que eles não deveriam ser incutidos em mim, tampouco na sociedade. Eu não deveria precisar desenvolver essa sensibilidade pra extinguir os preconceitos. Eu simplesmente nunca deveria ter tido-os.

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