quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quem assiste, desiste de si.

Hoje em dia parece que é normal uma pessoa dizer que não passa (ou não consegue passar) um dia sequer sem assistir tv. Se pararmos pra pensar, não era para ter nada de errado com isso, afinal, o simples e inocente objetivo desse "meio de comunicação" é apenas o de nos informar e entreter quando precisamos, certo?
Bom, na verdade este "era pra ser" o objetivo. Porém, tudo é muito maior do que parece.
Sendo o meio de comunicação mais popular do país, a televisão possui um alcance inimaginável aos cidadãos brasileiros. É indiscutível que quase toda a população tenha acesso a ela.
Esse alcance, por sua vez, implica em um poder que talvez seja um dos maiores de toda a  humanidade: o poder da persuasão. Com esse poder, é possível conseguir praticamente tudo que se deseja de uma maneira perigosamente natural e banal. Essa naturalidade vem com "a maior criação da persuasão": o conformismo.
Um exemplo de como isso funciona:


Na sociedade atual em que vivemos, somos obrigados a seguir valores impostos por pessoas que se julgam maiores e mais importantes por terem maior renda ou poder. Essas pessoas precisam usar meios (persuasão) que mantenham as outras pessoas no lugar insignificante em que se encontram; mais do que isso, fazer com que elas acreditem que é perfeitamente normal estar nessa posição (conformismo).
Desse exemplo conseguimos refletir porque rimos como idiotas da corrupção na política do nosso país.
Mas bom, isso é assunto para outro post. Voltando ao nosso assunto principal...

 Se pararmos realmente para pensar, nossa tão querida e companheira televisão desempenha diversos papeis silenciosamente destrutivos em nós para manter os privilégios de poucas pessoas que se encontram "no topo". Entre a infinidade de programas que passam na tv, raríssimos são aqueles que realmente fazem você desenvolver uma idéia concreta sobre algo realmente importante ou interessante; algo que valha a pena. A quantidade de idiotices e ignorância presentes em certos programas chega a ser absurda. Acaba que ninguém que assiste quer realmente ter uma opinião própria sobre alguma coisa, muitas vezes nem notam que têm essa capacidade como ser humano.
Outra coisa que poucos param pra enxergar é a quantidade de propagandas exibidas sem parar. Isso cria em nós, sem percebermos, uma necessidade incrível de TER que comprar algo, do mínimo que seja, a coisas fora do nosso padrão de renda. Quando nos damos conta, estamos o tempo inteiro comprando coisas para nossa casa, sempre que conseguimos algo, paramos pra pensar no que AINDA não temos. Isso é ridículo. Excluímos de nós mesmos a necessidade de crescer como PESSOAS, de melhorar nossos pensamentos, nossa maneira de enxergar as coisas... e preenchemos isso com coisas materiais que nunca vão conseguir realmente nos realizar completamente.

No final das contas, perdemos toda a essência de sinceridade. Acabamos dizendo e fazendo coisas que não condizem realmente com o que queremos de verdade. Queremos ser iguais a todos para não sermos excluídos da sociedade. Com isso deixamos de ser o que mais importa para o ser humano: únicos.
Daí em diante mergulhamos em um abismo sem volta. Não percebemos, achamos que somos incrivelmente fortes, mas no fundo, perdemos nosso orgulho próprio. Porque ninguém pode se orgulhar de algo que foi inserido em suas cabeças por um sistema estranho; só nos orgulhamos do que realmente acreditamos, por nós mesmos.
Abram bem seus olhos, mas principalmente suas cabeças para o mundo ao seu redor como ele realmente é. Ao contrário, você será apenas mais um em um universo de máquinas antenadas em uma infinita programação.






                     

 -Pietro Fernandes

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